segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Nem todos os regressos são de saudar,
Também os lembro frios, cortantes...
Conheço bem a descida, ainda estão frescos os passos
De quando caminhava, sem luz, para me encontrar só...
Quando me ouvia suspirar e quando me achava frágil...
E nem só comigo, nem sem luz e roupa, nem aí se perde o lado de fora...

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sopram ventos de paragens gastas, mortas...
Mascara-se o tremor, a desilusão há tanto habitual...
Queimem-se os laços, que o fumo preenche vazios...
Entra, senhora! Faz da tua vontade minha, que não é...
Fechei as mãos e os olhos, molhados...
Que paisagens duras, que certa morte nos aguarda ao canto...
Desembainhem-se as armas para que se pousem a meu lado...
Levanta-te o rosto, exige-te o entusiasmo, leva-te o digno que foste...

sábado, 30 de agosto de 2014

Bem-vindo o tempo de paz e da fadiga,
A sorte vai sendo amiga enfim...
A lama não atrasa o passo, porém
Ninguém se oculta ao cansaço.

Recorre-se à divindade em nome da proteção,
Nem sempre se obtém o abraço da razão.
Queira a vida revelar-se toda, embrulhada.

sábado, 28 de junho de 2014

Não sendo certo que dure,
Que seja certo enquanto durar.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Porque foste o que tinhas para dar,
E cedo se adivinhava que era nada que sobraria.
Esta lembrança desses olhos ternos, eternos...
O papel perfumado, sente-se a tua pele...
Ainda morro nesse jardim, sempre que por lá passo...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Chorou só para lhe agradar e perguntou-lhe se queria morrer cedo.
Ela respondeu que já não é cedo.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sentou-se perto, tão perto que o toque era quase certo
E de tanta gente à espera do cansaço, findou o dia...