quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sofrendo do acordar, o quarto escuro
Permanece vazio, e a falta que sinto é a mesma.
Nas alturas me reconheço, o seu ar gelado já não
É deste tempo, bafejou outros iguais...

As voltas que dou pelo parque, que fica no
Mesmo quarto de antes, são disfarce junto
Daqueles que me não odeiam. Receio esse parque...
Parece o Meu parque, e de repente é maior que eu...

sábado, 11 de setembro de 2010

Do outro lado do espelho,
Trancam-se as solidões, perpétuas...
Não são certos estes sorrisos,
Entre ontem e amanhã, os vejo encolher...

Que ermo caminho...
Onde foste perder a magia...
Do alto dessa certeza, calculo
Mal o salto, e pelo menos não tenho fundo...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Essas finas mãos, pálidas,
De calor ausente, trazem
A lembrança do reverso...

São desejados esses caminhos,
Passos firmes, olhos vibrantes,
Esses são teus, inebriantes...

Não perco esta loucura,
Carrego o prazer de ensandecer,
Nesses jardins de mais ninguém...

Distraio-me das cores,
Não são elas o jardim,
Ele não existe disso...

Esses jardins são almas,
Dançam como se fossem eternas...
Os corpos não as encerram...

Olho de fora de mim,
Não me é estranho esse jardim,
Faço dele segredo, só nosso...

sábado, 4 de setembro de 2010

Entendo-me nesta arte,
Onde me ponho de parte,
Para que irrompam novos eus,
Não melhores, talvez piores, meus...

Os calafrios são outros,
Não me incomoda a sua presença...
Sinto o calor que vem de longe,
E sonho que me queima, não resisto...