quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Seja este pesar o começo,
Venham as cores, o clímax...
Da claridade já só ouço as histórias,
Louvam-se esses sonhos findos...

Os jardins, o parque...
Já não os tenho certos, são para olvidar...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Das noites de e para sempre,
Fizeram-se olhos chorosos, duros...
Não mais me soube dar inteiro...

Para que me queres os pedaços?
Sonho-me no ontem, prostrado,
E antes desse ontem, retorna a melancolia...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lembras-te dos sonhos?
Eram meus e quis que a metade fosse tua...
E os passos que daria outra vez...

Levam-se assim os sonhos...

sábado, 1 de outubro de 2011

Criaturas, essas que se levantam da penumbra, escuras...
Desconheço esse caminho, já nem o vejo, ermo...
Na falta, as almas aproximam-se, por se quererem...
Não se afundam, não se esquecem, não sem luta...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Peso perdido, sorrio, mesmo que contido...
Olho para o alto, com atrevimento, descaramento...
Não me servem esses lugares incolores, antigos...

Não me presto ao imprestável, não mais...
Reajo de raiva, revolta, comoção,
São histórias velhas, as do coração...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Provo deste silêncio desmesurado,
Adormeço de querer o futuro dourado,
E quero, quero tanto!

São promessas de sol brilhante,
Desabafos desta dor constante,
Lágrimas aos pares...

Protesto vazio, feitio...
Abro os braços, agitação, desafio...
Ainda me ouves assim calado?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As razões são-me desconhecidas, a força falta-me...
A respiração é sôfrega, acompanha o ritmo do coração...
Não mais estou certo do passo futuro, e o futuro, distante se põe...
Baixo a cabeça em consentimento, como que aguardo essa tristeza, como se minha fosse...
Ultrapassado, apercebo-me que a importância que me atribuí era aparente...
Retorno à consciência de mim...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O tempo é de sombras e certeza não tenho...
Os olhos no vazio procuram descanso...
Faço de mim maior do que sou, sinto desconforto...
Não pertenço às alturas, não me serve a coroa...

sábado, 2 de abril de 2011

A escuridão e o parque são deles,
O verde desvanece, nas suas mãos...
Trocam sonhos, calam-se, olham-se...
Já não há tempo, sentiu-se sozinho, parou...

domingo, 27 de março de 2011

As horas são claras, quentes...
Os olhos fecham de prazer...
Os sonhos dentro de sonhos...

terça-feira, 8 de março de 2011

De onde vem este súbito sabor amargo?
A atitude que se esvai na sua perda...
Imagens postas em causa, fazem-se passado
E residem no maior de mim...
O espaço é reduzido, enfeitado
De cores que não antes senti...
O sol ou o esquecimento, a alienação
De ser através do horizonte que se segue ao nosso...

Deixo-me brincar, os passos que dou
Conhecem um novo chão e o aqui nunca é o mesmo...
Os olhares tímidos, a tentação de alcançar...
Incompleto, mas sei do resto de mim...

sábado, 5 de março de 2011

Já sei que te perdeste na tempestade,
A estrada era longa, não te reconheço vontade...

Já sei onde te escondes,
Sussurro, evito o susto...

Já sei onde crescem os amores,
Olhos que tudo vêem, quando querem...

Já caí, ergui-me a custo...
É do alto que te vejo...

Já te olhei sem que notasses,
E baixei o olhar, para que não notasses...

Já sei o tempo quando é nosso,
E por sabê-lo, acho-o escasso...

terça-feira, 1 de março de 2011

Danço as danças cujos passos desconheço,
Abraças-me e eu deixo-me ficar...
Tempos velozes, de dia sou cinzento,
Para resplandecer nessa rua, na penumbra...

Reparo na máscara que cai,
Há muito que vi para além dela...
Paraísos de outono, são reflexos
De um sonho de braço dado...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Farto-me da luz apagada,
E, no entanto, não me disponho a mudar...
Sossego-me da crescente ânsia de abandonar...

Horas tardias,
Concentro-me na arrogância que te faz mover,
Cresço para fora de mim, equilibro-me...

Já te sentes dona de mim,
E a minha preguiça concorda em dar-se...
Asas, já as não tenho...

Sigo-te quando desces,
Também conheço os atalhos da melancolia...
É costume a cada dia findo...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Regresso a ti sem que precise de querer...
Nem peço permissão, não ao que é meu...
Levo-te nos meus dias, como se fossem teus...
Aquece-te sob o mesmo sol...
Segura-me que o abismo não tarda...
O lado escuro da estrada é o lado de cá,
E é no fim que lhe encontras a escuridão...
Caminhas, só, a esquecer, ou a tentar...
Pesam os sonhos que não passam deles mesmos...
Onde foste que te perdi?
Secam-me os olhos do que não vi...
Não mudo, sou-me demasiado...
Nem por Ela, a vida, a tua...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Provo as minhas lágrimas, e saboreio
O lamento, o momento da redenção...
Aguardo as pontes que nos fazem próximos,
Eternas, quando ocupamos a mesma margem...

Abraço o fechar de olhos, leva-me pela mão
Num passeio de sonhos... E aquele quarto...
O rubor... Olhas-me fixamente e obrigas-me
A necessitar-te. E eu quero tanto!

Abraço-me aos lençóis soltos, poeirentos...
A tua espera foi nenhuma e assim sendo
Nenhum de nós foi além da vontade...
Ainda a guardo, essa vontade, volúpia...
Caminho baixo no escuro, toco-te ao de leve...
Voltas-te com o arrepio e logo desapareço...
Sigo-te com este coração cego, embargado
Pelos choros mil que guardei de ti...

Finjo decisões acertadas, invento o conhecer,
Nunca destapo esta verdade que me faz vil...
E nesta consciência da falta de pureza,
Deixo de ser eu para ser teu, melhor...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sabes a que sabe ter uma vida?
Ou alguma? Mais do que esta que não há...
Meus olhos olhando apenas perto...
O suspiro é igual a ele próprio, mal se ouve...

Eis a razão que me leva à cor!
Paisagens estagnadas, sem entrelinhas...
Passos desorganizados, mal sabem pisar...
Perdões ao desbarato, aos quais igualmente cedo...

Olhai-me, sou retornado da cor!
Não me opus a ela, não a soube ter...
Encosto-me ao canto marcado por outros regressos,
Sustenho a respiração, em jeito de encorajar...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Importa saber da inevitabilidade,
O acaso que acompanha o caminho...
Procuro espaço livre para descansar,
Tempo rápido, nem chego a baixar os braços...

Comparações, nas guerras, na decisão...
Sabem-me a verdade, e a teimosia, orgulho...
Saio, para no regresso me encontrar onde me deixei...
Vida sonhada, essa é breve, escorregadia, absorvente...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ainda ouves os passageiros,
Ainda os sentes? A viagem foi curta,
Nem te cheguei a ver...

E essa maré de que falas?
Será nossa? És tu minha?
Quero-te saber...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

São pérolas, as de agora...
Sonho-as e deixo de seguir em frente...
As razões irracionais, proximidade,
São para qualquer idade e, na verdade,
Iguais, sem distância, na viagem...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Meus dias não são sóis,
Vivem da perda da claridade, da lucidez...
Meus dias não contam idades, vaidades...

Que mais sei do acordar, senão
Que me toma o sonhar?
Deixo-me longe...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Trago de mim o transtorno,
Deixo-o ser dono, não me oponho...
As mãos, negras... A falta...
Falta-me ser um, não sou só...
E a mudança, que é dela?
Não sou de sobra...