sábado, 29 de novembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Morro aos poucos, de tão insano que sou e estou. A luz já se foi, há tanto que já não sei o seu brilho e o seu calor. Com ela foi tudo o que sou, ou o que restava da minha essência, da minha alma. Rastejo perante tudo de belo, porque o não mereço. Sou capricho de vida, porque caprichosamente não sei viver. Escorro ideias de amor, que escoam no esgoto que é o meu coração. Vagarosamente me levanto dia a dia, deitado que estou neste torpor, neste berço que já não embala nem me distrai da minha triste existência. Reconheço os erros, mas dificilmente, em algum momento, saberei como não errar. Saboreio o medo, que me sobe a adrenalina, sinto ânsia de morrer. Morrer deitado, a dormir em sonhos inertes, de vidas que não a minha, de momentos que nunca foram meus. Escolho não ter interesse, nem por mim, nem pelas coisas ou pessoas, mas interesso-me na preguiça. Aí bebo, bebo até ficar tonto, inebriado, embriagado de sono de realidade. Escondo-me do passado, porque me persegue, marcando com o seu cheiro, magoando-me com a sua sinceridade. Olho para o futuro, que será uma merda como o passado, como o presente, como tudo que é existencial. Assim fico num estado crónico de dormência, de corpo, no seu cerne. Queimo as lembranças como elas me queimam a mim, olho para o mundo como se ele não houvesse. Respiro pó de esperança, como sonhos que me engolem a sangue frio. Morreste em mim como eu morri para ti, vida…
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Viver a vida num instante
Aquele em que te conheci
Falavas da poesia
Da vida do dia a dia
Palavras belas que de outra pessoa nunca ouvi
E eu pobre coitado
Que a solidão havia curvado
Olhei para ti e suspirei
Que nunca serias minha
E no instante que a vida tinha
Importa realmente que te sonhei...
Descobri-te
Vi que tudo o que sou para onde vou
Tudo o devo a ti...
Na utopia da miragem
Vi a tua imagem
Que sorria para mim
E num instante
Em que não sou nada
Levanto-me numa emboscada
Que preparaste já no fim,
E numa noite gelada
Em que o sorriso é só fachada
Tu desapareces mesmo assim...
Cai a chuva abençoada
Como se fosse talhada
Para me fazer sofrer...
E só o vento me acalma
Só ele me limpa a alma
Da ânsia de te ver
E num desejo inquieto
Nasce o pensamento certo
De um dia te vir a ter
De novo como outrora
Quando te foste embora
Sem medo de me perder...
Porque continuo aqui
Perdida nesta ilha
Á espera que o vento passe
E me chame sua filha...
Joana Costa
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Aqui, onde estou escondido
Longe de ti, juventude,
Onde extremo é vicissitude.
Perdi-me na cidade
Com frio, fome, ansiedade
Não tive tempo para aprender
Que sem Rainha, Rei não posso ser...
Viver na pobreza
Com dúvida até na certeza
Onde o vento não faz frio
Voar, rir, encontrar um desafio...