quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sopram ventos de paragens gastas, mortas...
Mascara-se o tremor, a desilusão há tanto habitual...
Queimem-se os laços, que o fumo preenche vazios...
Entra, senhora! Faz da tua vontade minha, que não é...
Fechei as mãos e os olhos, molhados...
Que paisagens duras, que certa morte nos aguarda ao canto...
Desembainhem-se as armas para que se pousem a meu lado...
Levanta-te o rosto, exige-te o entusiasmo, leva-te o digno que foste...

sábado, 30 de agosto de 2014

Bem-vindo o tempo de paz e da fadiga,
A sorte vai sendo amiga enfim...
A lama não atrasa o passo, porém
Ninguém se oculta ao cansaço.

Recorre-se à divindade em nome da proteção,
Nem sempre se obtém o abraço da razão.
Queira a vida revelar-se toda, embrulhada.

sábado, 28 de junho de 2014

Não sendo certo que dure,
Que seja certo enquanto durar.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Porque foste o que tinhas para dar,
E cedo se adivinhava que era nada que sobraria.
Esta lembrança desses olhos ternos, eternos...
O papel perfumado, sente-se a tua pele...
Ainda morro nesse jardim, sempre que por lá passo...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Chorou só para lhe agradar e perguntou-lhe se queria morrer cedo.
Ela respondeu que já não é cedo.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Sentou-se perto, tão perto que o toque era quase certo
E de tanta gente à espera do cansaço, findou o dia...

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Cessa a vida e o seu resto passeia junto à lua...
Ali prossegue o tempo que está além de hoje...
Foram-se as formas, as curvas, as cicatrizes...
Diz-se que ali permanece suspensa a vida, junto à lua...

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Quando o espaço não se conhece,
Não se lhe atribui tamanho.
É um jardim, é certo!
Não foi ainda descoberto...

Anda-se no escuro, são brilhos pontuais que motivam a crença...
Mora fora de mim a sentença e anseio com força renovada...
Quantos portões farei ultrapassados?

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ora dormes, ora cedes à luz,
Agarras o pouso novo e tudo se espera dele...
Larga as manias de menino! Sossega ao pé de gente! Faz!
E ele fez de conta que era alguém...