quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Quieta a saudade, o louvor e o olhar desgastado...
Ainda estava do outro lado, e subindo escadas fui...
Ponderou-se o abandono, a invenção de vida nova
E nem roupa nem os dizeres pintavam paisagem...
A crença na viagem...

domingo, 15 de dezembro de 2013

Folgam os dias pesados, ergue-se a ponte
E o parque já se prepara para os receber...
Seus olhos são claridade e em paz se cruzam
Deixando de contar tempo, cortando chuva com memória...

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Quanto de mim me faltou para ser todo?
Pouso os olhos nesta sede de completar caminho...
Abrace-se a luz, de pé, de frente...
Precoce dádiva, a nada se opõe e em consciência desejo...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Ainda o passado não o era
Já eles se sentavam no parque...
Sentiu-se dor, foi-lhe negada a entrada.
Não mais lá voltou, mas chegou a sonhar...
Quantas primaveras sobraram...
Quanto do céu tomas como teu?
Nesta ascensão se perdeu o encanto
E em miséria, prosseguiu cego, amou só...
De nada serviu o desconsolo e o breve esquecimento...
De nada lhe serviu o tempo...

sábado, 5 de outubro de 2013

Por altura da despedida, a última,
Faça-se tempo para dizer adeus...
Sonhos maus, de espaços de dentro...
Esta pobreza que não permite manhãs...
Nas obrigatórias noites destapam-se as feridas
E descendo o vale sangram antecipando o certo...
Já nem os jardins são dele, e ele já foi essa vida...
Eis que é chegado o tempo de nada ser, a nada pertencer...
Recorda-se o dizer, e quanto disso se fez lei...

sábado, 21 de setembro de 2013

Essa noite e outras tantas que se fizeram...
Risos, honestos ou de ocasião, nem sempre se usa o coração.
Corre o vento, e só esse momento destapa o eterno...
Onde vem a caravana, agora que o céu está limpo?
É tão real o arrepio e ignora-se se haverá um outro...
Pousa aqui as mãos, não as leves mais...

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Longe vai o consolo do choro
E a brevidade da reconstrução...
Olvidam-se as quedas para que se caia de novo...
Destinado a relembrar para que doa...
Alarma-me a falta de nitidez, a fatal languidez...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nada ostenta, não se vangloria, nada sucede...
Variam as opiniões e olhando dentro já nem sabe...
Pobre rapaz, seu jardim murchou...
Que falta de prazer...
Nem correndo, nem parando...
Acordando, exausto...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A estagnação é tal que se ouve
E luta-se para mudar, para prosseguir...
Não mais foi fácil subir...

Inquieto, o rapaz desaprende os passos outrora firmes...
Impaciente, o rapaz desconhece solução que alivie o desconforto...
Absorto, lá vai abrindo os olhos do cansaço de os ter sempre fechados...
Quem vem que venha de uma vez!

terça-feira, 28 de maio de 2013

Depois de autorizada a viagem,
E da consciência se fazer muda,
Segue-se o passeio habitual, o ritual...

O pavimento é recente, a caminhada sustenta algo familiar...
A manhã encontra-se entre tantas, bem menos que a vontade,,,
Prossegue assim o passeio, frio e madrugadas de permeio...

O vulto, oportunamente oculto, enfim se deixa ver...
Tamanha claridade destapa assim a identidade
E o passeio estreito, recebe a passada do insatisfeito...

sábado, 27 de abril de 2013

Pobre de quem não tenha pouso...
Ainda guardas esse tempo?
Sorrateiramente cultivas a distância, receias...
Olhas-me por último...
Não mais se revelou esse jardim ... Pobre de quem o perdeu...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Escurece o talento, a vocação...
Outrora refulgia, lá do alto, de onde caiu...
Ouve-se o aviso, é hora de abandonar...
Oferece-se resistência, oculta-se a cobardia aos olhos alheios...

Tardou o alento, quem lhe desse caminho de ida...
Leva as memórias, as que não soube apagar...
Parece que nunca foi e admite-se que nada tenha sido...
Que não se lamente a ausência, há muito que partiu...

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sobra tanto da vida para além do alcance do olhar...
Procura-se consolo imediato, completo...
Que busca lânguida... Nem as águas frias acalmam o desconsolo...
Regressam as velhas ruas, com os mesmos passos velhos...
E a escuridão chega aos desejos e sonhos...
Larga-se a vontade e abraça-se a sorte... Pobre sorte...
Encontra-me pela manhã, admite que nunca soubeste voar
Ou que te faltou a insensatez...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Passeia-se e pensa-se, pertence-se lá fora...
Por entre a escravidão destes dias e do tempo
Arranja-se vaga para a solidão, entretanto necessária...

Perde-se a roupa e o respeito, corre-se livremente
E nem mesmo os olhares cerrados impedem o rasgo...
É o jardim, novo e velho, faz-se palco...